2024 começa nos brindando com a Copa Africana de Nações e a Copa da Ásia
Duas das principais competições continentais do futebol começam agora em janeiro e trazem excelentes jogos entre seleções para quem ama o futebol
Junto de 2024 duas competições extremamente importantes e relevantes vão começar. Falo da Copa Africana de Nações e da Copa da Ásia, dois torneios de muito peso e que abrem um ano que ainda contará com os Jogos Olímpicos, Copa América e Eurocopa para rechear o calendário futebolístico com campeonatos que não acontecem todo o ano. E, claro, você vai pode acompanhar tudo que de melhor acontecer em todos eles aqui na Trivela.
Por isso essa newsletter de hoje, a primeira do ano novo, vai ser totalmente dedicada aos guias que nosso querido Matheus Rocha fez, tanto sobre a Copa Africana de Nações como da Copa da Ásia. São guias extremamente completos, como é praxe da Trivela há anos, que analisam cada um dos grupos de cada uma das competições, colocando favoritos, possíveis surpresas e mais outras informações super relevantes dos times.
Entre jejuns e tentativas de retomar relevância, Copa da Ásia está cheia de boas histórias
A Copa da Ásia, que começa hoje, e seria disputada na China, sofreu diversas alterações ao longo dos últimos meses. Os chineses abriram mão, em maio de 2022, de serem a sede da competição, graças à política de tolerância zero do país durante a pandemia de covid-19. Bem, foi então passado o direito ao Catar, que já contaria com toda a estrutura proveniente da Copa do Mundo de 2022.
Os jogos seriam disputados, como é praxe, entre junho e julho do ano passado, mas a mesma razão que jogou a Copa do Mundo para dezembro acabou colocando a Copa da Ásia em janeiro: o calor insuportável no meio do ano inviabiliza que o Catar receba jogos deste porte. Pois bem, chegamos então a esse 12 de janeiro de 2024 prontos para ver quais histórias vão se desenrolar a partir de agora.
No Grupo A da competição (leia nosso guia aqui) temos duas forças maiores: os donos da casa e atuais campeões do Catar tentam manter uma relevância conquistada recentemente, enquanto a China, que esteve até no grupo do Brasil na Copa do Mundo de 2002, tenta voltar a ser percebida no cenário internacional do futebol. Tajiquistão e Líbano completam o grupo, mas seriam surpresas se conseguissem a classificação -- os libaneses, por exemplo, vieram a vencer seu primeiro jogo na história da competição apenas na última edição.
Já o Grupo B (leia nosso guia aqui) conta com a não-asiática Austrália como sua favorita à liderança da chave. Os australianos, anos atrás, em busca de maior competitividade, passaram a disputar jogos sob a federação asiática e, por isso, são uma das grandes forças do continente atualmente, mantendo aparições constantes em Copa do Mundo. Completam a chave ainda três equipes de menor relevância: Uzbequistão, Índia e Síria.
Partindo para o grupo C (leia nosso guia aqui) temos uma das mais tradicionais seleções do futebol asiático, mas que hoje vive um grande jejum e não é campeão continental desde 1976. Falamos do Irã, que esperava mais de sua seleção na última Copa do Mundo, muito por ela ser jogada no mundo árabe, mas acabou naufragando na fase de grupos e, com isso, chega à Copa da Ásia com pressão dupla por bons resultados. Tradicional força no futebol asiático, os iranianos terão ainda a companhia de Emirados Árabes Unidos, Hong Kong e Palestina na chave.
Vamos agora para o grupo D (leia nosso guia aqui), que tem como protagonista o Japão, a equipe asiática que, ao lado da Coreia do Sul, melhor papel tem exercido no cenário mundial nos últimos anos. A seleção chega afiada ao torneio, que não vence há 13 anos, graças aos ótimos resultados recentes, com destaque para uma goleada por 4 a 1 diante da poderosa Alemanha. Na chave ainda temos o campeão de 2007, Iraque, que busca retomar o bom futebol de quase duas décadas atrás e deve lutar pela outra vaga do grupo contra Indonésia e Vietnã.
No Grupo E (leia nosso guia aqui) está uma das histórias mais interessantes desta Copa da Ásia, a Coreia do Sul. A seleção não vence o torneio desde 1960 e, desde então, acumula nada menos do que quatro vice-campeonatos, o que tem deixado um gosto extremamente amargo para um dos países que mais fez bonito recentemente representando o continente em Copa do Mundo. Os sul-coreanos, para encerrar o jejum, não terão uma chave muito difícil, enfrentando na primeira fase Malásia, Bahrein e Jordânia.
E na última chave, o Grupo F (leia nosso guia aqui) temos a rica Arábia Saudita tentando mostrar logo de cara que os investimentos recentes e pesados do governo no futebol local já estão rendendo na seleção, que na última Copa do Mundo chamou atenção ao vencer a futura campeã Argentina. Acontece que o Mundial ficou para trás e a seleção saudita tem tido uma série de decepções recentes que espera não repetir na chave que tem também Quirguistão, Omã e Tailândia.
Copa Africana de Nações terá algumas de suas seleções tradicionais em busca do retorno da glória
Também visando não atrapalhar o calendários dos clubes europeus, onde figuram diversos jogadores africanos atualmente, a confederação continental local havia marcado a Copa Africana de Nações inicialmente para junho e julho de 2023, mas motivos climáticos, assim como na Ásia, acabaram mudando a data da competição, que será disputada na Costa do Marfim.
Acontece que, no meio do ano, poderosas chuvas tomam conta da Costa do Marfim e a confederação africana decidiu não arriscar. Se disputasse a CAN entre junho e novembro, corria sérios riscos de ter de adiar partidas ou ver o nível técnico cair drasticamente por conta de campos alagados por temporais. Por conta disso, a competição começa amanhã, em 13 de janeiro de 2024.
O Grupo A (leia nosso guia aqui) da competição africana já conta logo com duas potências do continente: a dona da casa Costa do Marfim estará ao lado da Nigéria como favorita a avançar de fase. As duas seleções, no entanto, vivem fases bem diferentes: os marfinenses vêm de ótima fase e entram na competição apoiados pela torcida e como um dos favoritos ao título; já os nigerianos não vivem bom momento dentro de campo, mas contam com Victor Osimhen, do Napoli, um dos principais atletas do torneio, para fazer valer a força de sua camisa. Completam o grupo Guiné Equatorial e Guiné-Bissau.
No Grupo B (leia nosso guia aqui) estão outras duas seleções bastante tradicionais: Egito e Gana. Mas os dois países entram também em situações distintas para disputar a CAN. Os egípcios contam com Mohammed Salah, talvez o melhor jogador da Premier League na atual temporada, para tentar o título — nas três últimas edições, disputaram duas finais, com duas doloridas derrotas. Já os ganeses precisam recuperar a confiança que, na década de 2000, os colocou como uma das principais seleções do continente, figura carimbada em Copa do Mundo — quase chegando à semifinal em 2010. Fecham a chave Cabo Verde e Moçambique.
Os atuais campeões de Senegal estão no Grupo C (leia nosso guia aqui) e, após o título inédito conquistado em 2021, tentam criar uma hegemonia no continente com o comando de Sadio Mané, hoje no Al-Nassr, mas que fez história na Premier League pelo Liverpool. A chave ainda conta com a tradicional seleção de Camarões, que tenta deixar de lado os muitos problemas extracampo para tentar voltar a brilhar na CAN e, quem sabe, voltar a uma Copa do Mundo em breve. O grupo ainda conta com as boas seleções de Guiné e Gâmbia.
O grupo D (leia nosso guia aqui) tem uma clara favorita a melhor colocada e essa é a Argélia, comandada por Rihad Mahrez. Os argelinos buscam apagar o vexame de 2021, quando eram atuais campeões e foram eliminados sem uma vitória sequer ainda na fase de grupos. Para isso, pegaram uma chave relativamente mais tranquila, que conta, além deles, com Burkina Faso, Mauritânia e Angola.
Não nivelado tão por cima, mas muito equilibrado, ficou o grupo E (leia nosso guia aqui), que conta com Tunísia, Mali, África do Sul e Namíbia. Por nenhuma seleção estar entre as favoritas e ser um destaque absoluto, a chave promete bastante equilíbrio, com destaque para Mali, que terá de vencer a si mesma: sempre cria muitas expectativas por conta de seus talentos, mas nunca corresponde. Será a chance de fazer diferente agora.
E por fim, no grupo F (leia nosso guia aqui), está talvez a maior favorita para a atual edição da CAN: Marrocos. A seleção conseguiu a proeza de ser a primeira africana a chegar em uma semifinal na última edição da Copa do Mundo e por isso chega empolgada e com seu bom elenco no último Mundial mantido e reforçado por atletas como Amine Adli, que optou jogar pelo país e não pela França, como fazia antes. Completam a chave República Democrática do Congo, Zâmbia e Tanzânia.
Não faltarão bons jogos de futebol para nós neste começo de 2024.
Feliz ano novo,
Leonardo Sacco